O choque social que a modernização tecnológica provoca nem sempre é absorvido adequadamente, mais precisamente quando até práticos e técnicos fecham os olhos a nova praxe funcional, tanto em laboratório quanto em chão de fábrica.
“Esta turbina anda nos dá electricidade, é óptima neste tempo, mas os estudos e ensaios já apontam para uma energia de fonte foto-voltaica e maquinário têxtil de comando por computador. Objectivo? Acabar com o desperdício…”, dizia o meu pai, em meio a reparos que fazíamos na turbina que do riacho tirava energia para a ´Têxtil Manuel Gonçalves´, no norte de Portugal, no final dos Anos 70, do Século 20.
Naquela época já vivenciávamos uma modernidade que nos chegava via placa/circuito impresso com a qual montamos diversos equipamentos para têxteis e gráficos. A lição que guardei, e guardo do meu pai…, é “fechar os olhos diante da modernidade é morrer como imbecil”. Por isso, ele frequentava tudo que era associação de tecnologia e, a cada mês, aumentava a nossa biblioteca de literatura técnica.
Para quê este blá-blá…? Para mostrar a importância, no Brasil, de uma instituição privada que tem como objetivo ilustrar gente prática e engenheira no ramo têxtil e que, agora, celebra 60 anos de existência. Refiro-me à Associação Brasileira de Tecnologia Têxtil, de Confecção e de Moda – ABTT. Uma instituição à qual a indústria têxtil deve muito pelo dever cumprido, e a cumprir, no que tange à formação adequada e contínua de quem quer estar-ser têxtil no âmbito das novas tecnologias se deixar de lado os macetes do chão de fábrica…!
João Barcellos
É sempre bom ter uma história para contar e ilustrar a vida. Foi o que contei na Febratex 2022 a jovens tecnólogos de Blumenau.