O abraço global das tecnologias de baixo carbono acaba de ´laçar´ a empresa Suzano para mais um empreendimento de alto valor agregado: a Spinnova. E assim é que a par da notícia de que a Suzano eleva para R$18,5 bilhões os seus investimentos, em 2023, o Brasil fica a saber que a fibra ´spinnova´ (celulose de eucalipto de origem sustentável) é o grande passo industrial-ecológico da empresa fora do Brasil.
A fibra dá nome a uma startup finlandesa que se especializou em têxteis sustentáveis. A operação – já conhecida da Suzano, que experimentava a fibra a partir da sua produção interna – leva o nome de Woodspin (integra a Spinnova e a Suzano) e tem chão de fábrica na Finlândia.
O que é a Fibra Spinnova? É uma fibra cuja produção de carbono é 74% menor em seu tempo útil e, em comparação ao algodão, utiliza 99,5% menos água. Por outro lado, a industrialização desta fibra não produz restos microplásticos e é biodegradável. Diante deste quadro, nem precisa de licença ambiental…
Obs.: A monocultura de eucalipto, dizem ambientalistas especializados, causa danos ao sistema ecológico; no entanto, grupos de especialistas trabalham em vários países para tornar ainda mais sustentável a exploração do eucalipto como matéria-prima celulósica.
Segundo o tecnólogo e jornalista J. C. Macedo, “o eucalípto não é nem pode ser o ´bode expiatório´ da celulose e do têxtil, quando dizem que estas árvores secam as fontes d´água. Nada disso. As raízes desta árvore penetram profundamente no solo e abastecem os lençóis d´água, além de que a folhagem eucaliptal retém pouca água. Ecologia não tem a ver com ignorância botânica!”
Segundo os informes passados à imprensa, toda a produção será executada com matéria-prima da Suzano e o grupo Woodspin estima produzir 1.000 toneladas/ano.
O movimento industrial e financeiro da Suzano mostra que “os setores celulósico e têxtil são uma das rotas que a sociedade industrial (Ambiental e Tecno 4.0) pode abrir ao Brasil como um todo, uma vez que o mundo não pode dispensar o celeiro de matérias-primas que é o Brasil, mesmo quando o Brasil se ignore…”, afirmou a engª têxtil Mariza de La Paz em conversa com o editor e historiador João Barcellos acerca do assunto.