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CALANDRAGEM

Semaine Textile Et Graphique
(Quatre Ateliers Sur Le Calandrage | Synopsis)
Carlota Maria Moreyra

 

Uma engrenagem muito utilizada pelos nossos ancestrais, de forma artesanal-doméstica e industrial, está a ser modernizada de era em era, mas ela nunca deixa de ser o que originalmente foi: um processo mecânico-manual de alongar, ou laminar, materiais flexíveis. Hoje, também aplicada para “transferir entre os seus cilindros imagens previamente preparadas em sistema de computação gráfica para atender a comunicação visual produzida por têxteis e gráficos”, como diz a amiga e também professora Mariana d´Almeida y Piñon e, neste caso, a citar o jornalista tecnólogo e escritor-historiador João Barcellos.

Desde sempre chamado como Calandra, ou Máquina de Calandragem, e a depender da demanda e dos produtos que passaram em seus rolos paralelos, estes podem ser simplesmente operados manual-mecanicamente a frio, ou aquecidos para extrusar ou transferir (sendo que a termotransferência pode ser plana ou cilíndrica).

Portanto, quando precisamos dar uma nova conformação a material flexível utilizamos a Calandragem (fazer de uma massa plástica um fio, ou um laminado, por ex.), também, para transferirmos (como no Transfer serigráfico ou litográfico) uma imagem (foto, desenho, texto com prévio tratamento).

A velha engrenagem não se perde entre a parafernália eletromecânica movida agora a programas gráficos de computação: podemos observar a movimentação mecânica dos rolos que comprimem massa plástica ou papeis de transferência em qualquer sistema de plotterizado (ou seja, a velha engrenagem dá base tecnológica para outros procedimentos) a acompanhar a evolução industrial têxtil e gráfica.

Como já havia explicado a transição processo mecânico // processo eletroeletrônico na Calandragem, retorno ao ponto: “As ´plotters´ incorporam calandras para arte gráfica da sinalização (em painéis, logos, etc.) e calandras para a sublimação de imagens em material têxtil, ou seja, no modo ´contínuo´. Em ambos os casos, imagem localizada ou contínua, a alta qualidade dos processos gera estampas fotograficamente belíssimas.

É preciso observar muito bem os procedimentos técnicos dos nossos ancestrais para podermos entender melhor a indústria ultramoderna que nos chega embalada entre as TIC´s (tecnologias de informação e comunicação).

 

Carlota M. Moreyra  |  Profª de Artes Gráficas / Paris-Fr., 2022. A professora faz parte do núcleo intelectual do Grupo de Debates Noética [noetica.com.br].
Obs. Editorial: ilustração do artigo c/ imagens de plotter da FABRIJET e ´calandra´ da MOGK, do Banco de Dados Terranova Comunic e Revista I&C.
Picture of João Barcellos

João Barcellos

Escritor (literatura ficcional, historiográfica, tecnológica), Pesquisador de História e Conferencista, é português (1954) com livros publicados em diversos países, e tem o Brasil como sede enquanto "fazedor de conteúdos". Editor e cofundador das revistas Impressão & Cores, Jornal Corpus, e da agência Koty Marketing. É cofundador do Grupo de Debates Noética (Brasil / América Latina) e membro-representante do Centro de Estudos do Humanismo Crítico (Portugal), coordena as coletâneas Palavras Essenciais e Debates Paralelos, com 16 e 17 volumes.